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A indústria farmacêutica: entenda mais sobre esse mercado

A indústria farmacêutica: entenda mais sobre esse mercado

Uma das principais características desse setor é a de ser um especialista, uma vez que sua cadeia produtiva exige conhecimentos sobre matérias-primas e técnicas específicas. Afinal, a fabricação de todo medicamento depende da produção de fármacos, que contêm seu princípio ativo – a substância responsável pelo efeito terapêutico no organismo.

Entretanto, a maior parte dos fármacos utilizados pela indústria farmacêutica nacional é importada, vinda de países como Alemanha, China e Estados Unidos. Isso torna a produção bastante dependente da tecnologia internacional e influenciada pela cultura de grandes corporações farmacêuticas e de suas nações.

A área também obedece ao sistema de patentes, que são encaminhadas a partir da descoberta de um novo medicamento e valem por 20 anos. Durante esse período, a indústria detentora da patente recebe royalties de outras companhias que utilizem a sua medicação, o que gera rendimentos importantes para compensar o investimento em pesquisas.

Contudo, depois das duas décadas, o medicamento e seu princípio ativo podem ser utilizados pela concorrência, sem que paguem royalties ou gastem com pesquisas.

É assim que surgem os medicamentos genéricos, que recebem o nome da sua principal substância com efeito terapêutico e são consideravelmente mais baratos que os originais.

Esse contexto gera a necessidade de busca constante por substâncias que possam tratar novas ou antigas doenças, melhorando seu tratamento ou levando à cura. Ou seja, é um mercado extremamente competitivo. Outra característica da indústria farmacêutica mundial é a sua dominação por poucos grupos presentes em vários países, criando um oligopólio.

A produção de um medicamento começa com o levantamento de substâncias que serão avaliadas de forma isolada ou combinadas para que seus efeitos sejam verificados. Essas substâncias podem ser adquiridas junto à indústria de fármacos nacional ou internacional, através de importação.

Em seguida, é a vez de farmacêuticos, médicos, biólogos, biomédicos e biotecnólogos conduzirem as pesquisas necessárias para a formulação de uma nova droga. Eles chegam a analisar 10 mil itens e, ao final de cerca de um ano, selecionam 250, que seguem para a etapa de testes pré-clínicos.

Por aproximadamente cinco anos, esses compostos serão testados em animais e, caso o resultado seja benéfico, serão encaminhados ao Conselho de Ética.

Os que passarem pelo seu aval são direcionados à etapa de testes clínicos, quando são avaliados de forma minuciosa junto a grupos de voluntários humanos, por um período de seis a sete anos.

Na Fase I, 20 a 100 pessoas participam dos testes. Na Fase II, o número sobre para 100 a 500, enquanto a Fase III requer a participação de 1.000 a 5.000 voluntários.

Por fim, o medicamento é enviado para a Anvisa para aprovação e registro, o que costuma levar seis meses. Só então, está liberado para ser produzido em escala e distribuído para comercialização em diferentes pontos de venda.

Toda essa dinâmica pode levar 10 anos ou mais e consumir cerca de US$ 1 bilhão em investimentos. Focando na etapa de produção, realizada na indústria, podemos citar profissões alinhadas à pesquisa, desenvolvimento e testes dos medicamentos. As principais são: farmacêutico, biólogo, biomédico, médico, engenheiro químico e biotecnólogo.

Apresentamos aqui um panorama sobre a indústria farmacêutica no Brasil e no mundo. Fica evidente o crescimento do setor, com oportunidades promissoras para quem deseja atuar em cada etapa da cadeia farmacêutica, desde a pesquisa até distribuição e vendas.

Autora: Lorena Lisita Teodoro
Coordenadora do MBA Gestão da Qualidade Engenharia de Produção & Auditorias em Processos Industriais