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Caso Richthofen e a Avaliação Psicológica

Caso Richthofen e a Avaliação Psicológica

O caso que ficou marcado como um dos crimes mais nefastos da história do nosso país é um dos exemplos famosos da realização de avaliação psicológica em âmbito criminal.

Contextualizando:

O assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen, pelos irmãos Daniel e Christian Cravinhos juntamente com a filha do casal Suzane, chocou e indignou a população pela crueldade com que foi arquitetado e executado.

Os pais de Suzane foram executados a mando da filha a madrugada do dia 31 de outubro de 2002, com vários golpes de barra de ferro na cabeça. O crime teria sido motivado porque a família de Suzane (rica) não apoiava seu relacionamento com Daniel (de origem humilde), e o casal acreditava que com a ausência dos pais dela poderiam continuar com o relacionamento em paz e ainda conseguiriam manter um padrão de vida elevado pois teriam acesso à herança de Suzane.

Por conta das perícias e investigações realizadas, descartou-se a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) que os suspeitos tentaram simular, além da confissão de um dos suspeitos após inquérito realizado pela polícia. O assassinato foi julgado 04 anos após o ocorrido sentenciando Christian a 38 anos e 06 meses de reclusão, enquanto Daniel e Suzane foram sentenciados a 39 anos e 06 meses de reclusão.

Avaliação Psicológica

Em 2014, Suzane foi avaliada por uma série de testes e pela primeira vez foi submetida ao Teste de Rorschach, popularmente conhecido como teste do borrão de tinta – “o teste fornece índices que permitem ao especialista verificar, por exemplo, condições intelectuais, afetivas e emocionais, controle geral de processos racionais e afetivos, adaptação e ajustamento social e controle de impulsividade” segundo Erika Kato Okino, presidente da Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRo).

Após informações vazadas sobre o resultado do teste (a quebra de sigilo foi veementemente repudiada pelo Conselho Federal de Psicologia), apontava características como “egocentrismo elevado, conduta infantilizada, possibilidade de descontrole emocional, personalidade narcisista e manipuladora, agressividade camuflada e onipotência” o que não a impediu de obter progressão de regime fechado para o semiaberto.

Já em 2018, o Ministério Público de Taubaté (MP) solicitou uma nova realização do teste para auxiliar a justiça na decisão sobre o pedido da defesa que Suzane cumpra o resto da pena em liberdade. Após laudo enviado o MP deu parecer contrário à soltura da detenta e que ela apresenta ainda risco potencial à sociedade, devido à dificuldade que ela tem em avaliar o resultado dos seus atos.

A realização do teste foi de extrema importância para a tomada de decisão do juiz quanto ao relaxamento de pena. O teste foi aplicado mais de uma vez porque poderia apresentar dados que poderiam estar diferentes, mas tanto em 2014 quanto em 2018 não foram pareceres favoráveis cabendo aos juízes a decisão.

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