A perícia criminal e a sua interdisplinariedade no meio escolar

A popularização de programas de televisão que abordam situações periciais como CSI: Crime Scene Investigation, Arquivos do FBI, além de muitos outros, gerou efeito de curiosidade sobre este ramo de atuação, principalmente entre os mais jovens; abordando questões do tipo “como é possível detectar mancha de sangue? Qual a relação do sangue com a vítima? Há quanto tempo a vítima morreu?” gerando dúvidas de como os profissionais elucidam os casos de maneira assertiva.
Devido a essa curiosidade e a interdisciplinariedade dos estudos de casos periciais (sejam eles reais ou não) a perícia criminal torna-se uma temática valiosa para o ensino escolar – em relação ao ensino médio – podendo ser apresentada em sala de aula, principalmente em conteúdos ligados as ciências naturais (química, física e biologia) refletindo as várias possibilidades de atuação e áreas dentro da perícia criminal além da profissão e chamando atenção para o contexto escolar.
Das indagações mais comuns de serem relacionadas com o ambiente escolar está: como detectar presença de sangue (humano ou não) no local? Há sangue presente na maioria das cenas de crime principalmente as que envolvem algum tipo de homicídio ou violência, através da detecção de sangue é possível extrair muitas informações valiosas para a investigação como: compatibilidade entre o volume sanguíneo e o ferimento, se há presença de drogas, identificar vítima e/ou suspeito.
Mas como seria possível confirmar que a mancha presente no local é realmente sangue de maneira rápida (já que nas investigações o tempo é um fator precioso) sem precisar de análise laboratorial e ainda ser simulá-lo em sala de aula? Através do teste presuntivo, baseado na idéia de spot test criada por Fritz Feigl os peritos podem confirmar a presença de sangue no local de crime; e por ser um teste de baixo custo e acessível ao manuseio de estudantes do ensino médio, abordá-lo em sala de aula com seus conceitos de funcionamento e interpretações seria uma maneira dinâmica, relevante e conveniente de ensinar reações químicas e seus processos por exemplo.
Além da detecção da presença de sangue, existem outras situações que podem ser trabalhadas em sala de aula como algor mortis, casos de quedas e a velocidade do objeto/corpo fazendo com que seja possível que o aluno relacione sua curiosidade e a necessidade de aprendizado com situações cotidianas de uma profissão que carece de profissionais no país