12 Dicas para fazer segurança do paciente do jeito certo

No dia 15 de maio do ano de 1847, na Hungria, o médico-obstetra Ignaz P. Semmelweis defendeu e incorporou a prática da higienização das mãos como atitude obrigatória para enfermeiros e médicos que entravam nas enfermarias. Uma simples, mas efetiva iniciativa que conseguiu reduzir a taxa de mortalidade das pacientes.
Foi por esse motivo que em 15 de maio é dedicado para o Dia Nacional de Controle das Infecções Hospitalares. A data chama a atenção de autoridades sanitárias, diretores de instituições e trabalhadores de saúde sobre a importância do controle das infecções.
A Infecção hospitalar é aquela adquirida dentro do serviço de saúde, principalmente em enfermarias e UTIs e pode ser transmitida de um paciente para outro, assim como para os acompanhantes, se não adotadas as devidas medidas de proteção.
Estima-se que, no Brasil, a taxa de infecções hospitalares atinja 14% das internações. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 234 milhões de pacientes são operados por ano em todo o mundo. Destes, um milhão morre em decorrência de infecções hospitalares e sete milhões apresentam complicações no pós-operatório.
A maior parte das infecções hospitalares é provocada por micro-organismos presentes no próprio paciente. Em geral, são micro-organismos que já vivem no nosso corpo ou no meio ambiente e se aproveitam quando o sistema de defesa do paciente está mais frágil.
As infecções adquiridas em serviços de saúde podem ser provocadas também por falhas nos procedimentos realizados pelos profissionais de saúde e serem transmitidas pelas mãos do profissional, por materiais ou por contato com outros pacientes infectados.
Pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) têm ainda maior probabilidade de contrair infecções, pois o uso de equipamentos invasivos, como cateter e respirador (para ventilação mecânica), facilitam a entrada de bactérias e vírus. Lesões na pele do paciente também são portas de entrada para essas infecções. Por isso, a higiene das mãos, antes e depois de uma visita ou contato com o paciente, é uma das recomendações mais básicas na prevenção de infecções.
Pacientes e acompanhantes de pessoas internadas ou em ambulatórios também podem ajudar na prevenção das infecções com medidas adequadas e lembrando algumas informações para ajudar os profissionais de saúde durante o atendimento.
Lavar corretamente as mãos é a melhor prevenção para evitar essas infeções, também provocadas por falha nos procedimentos realizados pelos profissionais de saúde. “Higienização das mãos é a principal forma para evitar infecção.
Quando estamos em um ambiente hospitalar, temos várias bactérias em um mesmo ambiente. Por isso, toda vez que o (profissional de saúde) manipular qualquer coisa dentro desse ambiente que vai chegar para o paciente, é importante higienizar as mãos com sabonete líquido ou álcool em gel”, explica Rafael de Mendonça, consultor técnico do Ministério da Saúde.
Para prevenir a infecção hospitalar, as principais recomendações envolvem hábitos e cuidados dos pacientes e dos profissionais de saúde, além dos protocolos internos dos serviços de saúde.
O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) do Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em 2013, cria a RESOLUÇÃO – RDC Nº 36, DE 25 DE JULHO DE 2013 que institui ações para a segurança do paciente, cujos protocolos obrigatórios de Segurança do Paciente têm o intuito de contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional. Além disso, trata dos seis atributos da qualidade do cuidado e tem adquirido grande importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde, com a finalidade de oferecer uma assistência segura.
O objetivo do programa é prevenir as infecções e dar segurança aos pacientes, além de garantir que todos estejam bem informados sobre os cuidados a serem tomados. São estes os protocolos:
1- Identificar corretamente o paciente;
2- Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde;
3- Melhorar a segurança na prescrição no uso e na administração de medicamentos;
4- Assegurar cirurgia em local de intervenção procedimento e paciente corretos;
5- Higienizar as mãos para evitar infecções;
6- Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão.
Porém, além destes protocolos obrigatórios, muitos outros podem e são observados por algumas instituições de saúde como:
7- Notificar e controlar os eventos adversos;
8- Assegurar o uso de equipamentos e materiais;
9- Garantir a segurança na prescrição uso e administração de sangue e hemocomponentes;
10- Identificar e notificar as alergias nos formulários específicos;
11- Reduzir a ocorrência de evasão de pacientes no ambiente hospitalar e promover um ambiente Seguro;
12- Avaliar previamente classificar o risco de autoextermínio
Vimos neste post que estar capacitado para evitar intercorrências e manter a segurança do paciente é um desafio para todo profissional que atua em unidades de saúde no Brasil e no mundo.
Além disso, são critérios básicos de programas de gestão da qualidade cada vez mais comuns, devido à exigência da sociedade por melhores procedimentos de saúde e mais atenção ao cuidado com os pacientes.
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